domingo, 5 de junho de 2011

Editorial - Calma gente! Fase Grant Morrison é passageira

Desde a polêmica fase New X-Men e agora Batman and Robin do Grant Morrison, estas sempre são acompanhadas de uma enxurrada de comments e posts polêmicos nos sites especializados (nerdices online).


É totalmente compreensivel, as "Fases Grant Morrison" sempre quebram com os standars dos personagens, inserem polêmicas e curtem provocar os fãs. Mas não estamos aqui nem para elogiar nem atacar as "Fases Grant Morrison" mas para constatar algo: Elas são passageiras! Logo os editores se tocam de que não dá para sustentar aquilo por muito tempo e retornam ao standard de tal personagem, aquele nutrido por anos de continuidade. Não estou dizendo que é certo ou que deve acontecer, apenas constatei que acontece.




Reparem só: Na fase "New X-Men", Grant Morrison introduziu o couro (do Bryan Singer) preto, extrapolou o conceito "Escola para Jovens Superdotados", criou mutantes fora-do-padrão (Bico - feioso e totalmente inútil, Angel - voa mas é besta) só para mostrar que nem todo mutante é Summer-like, já que o gene X produz resultados aleatórios (e por isso haveria mutantes que são apenas deformados); fez o Xavier voltar a andar e ainda botou o Scott em um caso extra-conjugal com uma lasciva Rainha Branca. E teve as mutações secundárias - todo dia mutante ganhando mais poderes.


E o que aconteceu pouco tempo depois? Veio Joss Whedon e bom, o couro acabou (nas palavras de Scott Summers - "todo esse couro estava deixando as pessoas nervosas") voltando os uniformes coloridos; os mutantes inúteis foram aos poucos esquecidos e deixados de lado; o lado "Escola" continua mas mais num esquema "Novos Mutantes" do que escola propriamente dita; o caso extra-conjugal foi oficializado e Emma passa a ser a "telepata oficial" do grupo e claro, Xavier na cadeira. No more mutações secundárias (somente as que já tinham aparecido, mas nenhuma outra nova)






Ok, até ae você pode falar "Você pegou um exemplo só... e tem elementos do Morrison que ficaram nos X-Men, como a Rainha-Branca. E o clima escola se manteve até a destruição da Mansão X". Tá, mais ou menos, pois as histórias dos "Novos Mutantes" (os mais novos então) se fixavam mais no treinamento deles do que em aulas (como era no arco de histórias com Quentin Quire) 










E quanto a um exemplo só - falemos de Batman.


A "Fase Grant Morrison" no Batman foi uma das mais polêmicas. Ele basicamente mexeu num vespeiro de continuidade chamado "Filho do Demônio" - história onde Bruce Wayne tem uma noite (tá bom B-Man, vc tava drogado e não sabia que a mega-gostosa top gata filha do Ra's tava pelada em cima de vc... beleza, eu acredito) com Talia Al'Ghul que engravida. Até Grant chegar essa história, quando não era sumariamente esquecida, os detalhes eram varridos para baixo do tapete. 






Bom, Grant não só mexeu nisso como trouxe o tal fruto dessa união - Damian Wayne - de volta, agora um petulante pirralho de 12-13 anos. Como se não bastasse, mataram Bruce Wayne (Crise Final), botando após um arco de histórias Dick Grayson (1o Robin e Ex-Asa Noturna) no cargo de Batman, com isso Tim Drake - o Robin atual - foi "demovido" do cargo (virou o Robin Vermelho, atuando de forma independente) para dar lugar a, pasmem, Damian Wayne (a idéia era de que Tim era o Robin da geração passada, dos anos 90 e Damian o Robin do novo milênio - o que seriamente ofende a geração atual). A idéia de Morrison foi, além de dar um soco na cara dos puristas de Batman, foi mudar a dinâmica padrão da dupla (trocadilho não-intencional). Agora temos um Batman menos enxaqueca, mais leve e um Robin estressado e sem-graça. Claro, aos poucos Grant foi amenizando a personalidade intragavel do novo menino-prodígio, introduzindo sinais de que o garoto era um gênio não só das artes marciais, mas também da engenharia e ciência - realmente o filho do Batman (eu achei forçado - para mim o legal do Tim era que ele realmente treinou, se esforçou, se aproximando do próprio Bruce, que se vale de esforço e força de vontade, mais do que talento).






Bom, claro que logo depois da morte de Bruce a DC iria trazê-lo de volta, e não demorou muito para ele voltar. Mas como fica já que Dick e Damian são a nova dupla dinâmica? Bom, tudo isso culminou (ainda estamos aqui no Brasil no Retorno de Bruce Wayne) em Batman, Inc. Bruce Wayne revelará que ele financia o Batman a anos e que pretende tornar a iniciativa global. Com isso publicamente financiará um agência de Batmen ao redor do mundo e, ah... não sei o que acontece porque ainda não li. 


Mesmo assim, com todo esse arco de histórias e transformações radicais na vida de um dos mais icônicos personagens, com mais de 70 anos de continuidade o que a DC vai fazer?? 
Resposta: FLASHPOINT (Geoff Johns)! 




Não li nem tenho detalhes, mas uma coisa eu sei: Bruce Wayne é Batman e Dick é o Asa Noturna denovo. Ou seja, um baita Middle Finger para a "Fase Grant Morrison". Segundo a DC, após Flashpoint será um reboot em todo o universo DC. Ou seja, é muito provável que as coisas voltem mais ao "normal" de forma similar ao que aconteceu com os X-Men


A moral aqui é pessoal: Relax! Não se irritem com as polêmicas do Morrison, ele vem para isso mesmo, dar uma sacudida nos personagens. Mas é passageiro... logo logo as coisas voltam aos eixos e a maioria das bizarrices some! Tentem ver como se fosse uma baita história "What if...?"


Abraços!

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